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Aula

segunda-feira, 9 de janeiro de 2012

Belezas naturais/ Lagoa do Bonfim,RN

Tecnologias

O áudio e o vídeo como mídias difusoras da aprendizagem

Muito embora não existam ainda informações e pesquisas suficientes capazes de embasar  a suposição
de que  a simples introdução de um kit multimídia numa sala de aula, permitindo aos alunos o acesso a internet. Esta intenção preliminar, apresentada em sala de aula, gerou visível entusiasmo e curiosidade e pareceu-nos, ao mesmo tempo, ser uma solução bastante acessível, já que não privilegiaria nem restringiria o acesso ao conteúdo a um grupo limitado de estudantes.
Muitas são as escolas que têm estabelecido projetos-pilotos através dos quais, disponibilizam recursos básicos para instalação de uma rádio-pátio (mesa de som, tocador de cds, microfone e caixas de som) ou mesmo em projetos mais sofisticados com o uso de computador, placa de captura de som e vídeo, webcams e gravador de cds.  Estes projetos educacionais envolvendo recursos de áudio têm produzido impactos visíveis no processo ensino-aprendizagem, além da animação e entusiasmo com que os alunos e professores se envolvem colaborativamente para a produção de programas educativos do tipo áudio-aula ou vídeo-aula.
É importante destacar ainda que as situações e tarefas propostas em projetos desta natureza, são corrigidos e adaptados conforme as necessidades da disciplina e limitações da escola. Percebe-se que o próprio processo de construção de vídeo ou áudio-aulas, onde se faz necessário um planejamento, desde a escolha da pauta, pesquisa, escolha dos apresentadores, entrevistas, gravação e edição objetivos previamente estabelecidos, tão completa e independente do trabalho realizado em sala de aula quanto possível.
Para o acompanhamento da atividade a distância, foi definida a necessidade de utilização de um microcomputador dotado de navegador de Internet (Internet Explorer, Netscape Navigator ou similar) com o aplicativo (gratuito) RealAudio Player instalado. Tal aplicativo (e seu respectivo formato de arquivo) foram escolhidos por disporem de uma excelente relação entre quantidade de áudio e tempo de transferência, evitando assim que o aluno seja obrigado a aguardar durante dezenas de minutos para acompanhar apenas alguns segundos de aula - algo que seguramente aconteceria com os alunos sem conexão dedicada caso o conteúdo fosse disponibilizado em vídeo.
Sem lugar a dúvidas, vivemos em uma sociedade de aprendizagem. Esta demanda de aprendizagens contínuas e massivas é uma das características que definem a sociedade atual. Mas não se trata apenas de aprender muitas coisas, senão de  aprender coisas diferentes, por meios igualmente diferentes e em um tempo escasso, dado o grande volume de informação que devemos processar, e a velocidade de mudança e inovação, que nos exige o aperfeiçoamento constante ao longo de toda a vida.
Na busca de uma solução eficaz aos desafios propostos pela atual sociedade às organizações educacionais, surge a revalorização das modalidades de educação semi-presencial e a distância. Estas modalidades educativas começam a se desenvolver em sua terceira geração, onde os recursos das mídias tradicionais - texto, áudio e vídeo – são potencializados a partir de sua fusão na internet.
A Internet, esta poderosa mídia digital, otimiza e barateia a distribuição de informação áudio-visual e textual, abrindo inúmeras alternativas educativas e surgindo como alternativa para responder ao escasso tempo de que as pessoas dispõem; à dificuldade de deslocamento no tráfego dos grandes centros urbanos; e à impossibilidade de contar com os especialistas necessários em cada região para estruturar cursos e programas de alta qualidade.
Alternativas viáveis para a melhoria dos processos educativos
Uma resposta à complexidade dos processos que envolvem o ensino-aprendizagem e a urgência em formar indivíduos competentes que a sociedade atual demanda, dependem da criação estratégica de um espaço de produção e difusão de conhecimentos atualizados, em linguagens didáticas, através do uso de todo o potencial das novas tecnologias de comunicação e informação. Aí reside a inovação e a excelência de programas e cursos  que envolvam o uso dos recursos midiáticos de massa como o rádio, a tv e a internet ou ainda a integração de todas elas. A sala de aula é a célula-máter, a incubadora de tais projetos.
É fundamental que as escolas proporcionem uma oferta educativa que se constitua a partir do diagnóstico das necessidades de formação da população alvo e de suas características culturais, elemento central do planejamento educativo e das estratégias de comunicação com ampla utilização de todos os recursos tecnológicos existentes.  Que se caracterize pela elaboração de materiais diversos e adaptados a cada uma das realidades em que se desenvolvem as atividades educativas, não só no que diz respeito à elaboração de conteúdos conceituais, senão também às experiências de aprendizagem e às atividades do plano de ensino.
Espera-se que os gestores escolares apostem em estratégias pedagógicas dinâmica, com programas que sejam atualizados permanentemente, respondendo ao acelerado ritmo de mudança da sociedade do conhecimento e do mercado de trabalho atual, superando assim o anacronismo em que, cedo ou tarde, caem os conteúdos escolares do modelo de ensino presencial.
Percebe-se que em instituições de ensino, quer sejam do nível básico, fundamental ou médio, ao desenvolverem uma sólida estrutura tecnológica e comunicacional articulada por uma estratégia pedagógica que considerem ações desenvolvidas para melhorar a comunicação entre os alunos e os docentes, têm obtido uma resposta positiva global no rendimento dos alunos e dos professores. Tais ações  elevam a auto-estima do conjunto e de cada indivíduo, transformando-os em verdadeiros protagonistas de suas atividades de ensino e aprendizagem.
Ofertas educativas que permitam tirar o estudante do marasmo e tédio característico da educação tradicional, permitindo-lhes criar, inovar e compartilhar experiências com o resto de seus colegas, tem produzido resultados altamente positivos.  As trocas e trabalho colaborativo em torno de projetos tais como a construção de uma rádioweb para a escola ou produção de um vídeo retratando a realidade do bairro, dotam o estudante de um poder adicional de transferência a diversas situações da vida,  constrói pontes para formação de cidadãos conscientes de seus direitos, deveres e sobretudo dos seus limites e potencialidades.
Uma proposta pedagógica que permita construir aulas globais, recorrendo aos especialistas de diferentes instituições, cidades e mesmo países, na formação de um corpo de professores altamente especializados em cada uma de suas áreas de conhecimento, provavelmente levará à uma difusão mais rápida e melhor do conhecimento com ganhos para todos. Através de atividades diversificadas e abertas, tais estratégias podem favorecer a transferência de saberes aos mais variados contextos profissionais, que promova a auto-aprendizagem, criando possibilidades para que o aluno aprenda a aprender, concedendo-lhe plena autonomia.
As linguagens atrativas e sedutoras do rádio e da televisão podem e devem ser apropriadas por alunos e professores e fazer parte do universo cotidiano educativo a partir de projetos criativos e inovadores em sala de aula. Desta forma, a educação brasileira poderá enfrentar o desafio de transformar as velhas e empoeiradas salas de aula, em ambientes atraentes e agradáveis aos nossos jovens, despertando-lhes o desejo de para lá se dirigirem com uma renovada emoção de se sentirem parte de um projeto real de vida e não apenas  da agente passivo deste processo.
- Perfil do Autor:
Mathias Gonzalez, brasileiro e naturalizado australiano, autor de 132 livros dedicados à filosofia, psicologia e educação. -> Psicólogo clínico, organizacional e escolar. -> Pós-graduado em Psicopedagogia. -> Especialista em Educação a Distânci. -> Mestre em Gerontologia; -> Mestre em Tecnologia de Comunicação e Informação. -> Doutorando em Educação