Para Vygotsky, o brincar e o desenhar deveriam ser estágios preparatórios ao desenvolvimento de linguagem escrita.
Será que damos a devida atenção a tais atividades?
O desenho
parece surgir de forma espontânea e evoluir junto ao processo de
desenvolvimento global da criança. Também é uma tentativa de comunicação formal
e um meio de representação e simbolização. A criança expressa em seu grafismo
aquilo que ainda não consegue com outras linguagens, por exemplo, a fala ou a
escrita.
Lais
Pereira, em seu texto “O Desenho Infantil e a Construção da
Significação”, traz considerações de Piaget e de Vygotsky
sobre o grafismo infantil. E também um estudo de caso de uma criança de 4 anos
com uma discussão interessante fundamentada na literatura, em que podemos
visualizar os aspectos do desenho discutidos pelos autores.
PIAGET
Para Piaget a criança desenha menos o que vê e mais o que sabe. Ao desenhar ela elabora conceitualmente objetos e eventos. Daí a importância de se estudar o processo de construção do desenho junto ao enunciado verbal que nos é dado pelo indivíduo.
“O desenho é precedido pela garatuja, fase inicial do grafismo. Semelhantemente ao brincar, se caracteriza inicialmente pelo exercício da ação. O desenho passa a ser conceituado como tal a partir do reconhecimento pela criança de um objeto no traçado que realizou. Nessa fase inicial, predomina no desenho a assimilação, isto é, o objeto é modificado em função da significação que lhe é atribuída, de forma semelhante ao que ocorre com o brinquedo simbólico.”
Para Piaget a criança desenha menos o que vê e mais o que sabe. Ao desenhar ela elabora conceitualmente objetos e eventos. Daí a importância de se estudar o processo de construção do desenho junto ao enunciado verbal que nos é dado pelo indivíduo.
“O desenho é precedido pela garatuja, fase inicial do grafismo. Semelhantemente ao brincar, se caracteriza inicialmente pelo exercício da ação. O desenho passa a ser conceituado como tal a partir do reconhecimento pela criança de um objeto no traçado que realizou. Nessa fase inicial, predomina no desenho a assimilação, isto é, o objeto é modificado em função da significação que lhe é atribuída, de forma semelhante ao que ocorre com o brinquedo simbólico.”
Fases do
desenho segundo Piaget:
Fonte: Descoberta de um universo: a evolução do desenho infantil, de Thereza Bordoni
Garatuja: na fase sensório motora ( 0 a 2 anos) e parte da pré-operacional (2 a 7 anos). A criança demonstra extremo prazer e a figura humana é inexistente. A cor tem um papel secundário, aparecendo o interesse pelo contraste. Pode ser dividida em:
Fonte: Descoberta de um universo: a evolução do desenho infantil, de Thereza Bordoni
Garatuja: na fase sensório motora ( 0 a 2 anos) e parte da pré-operacional (2 a 7 anos). A criança demonstra extremo prazer e a figura humana é inexistente. A cor tem um papel secundário, aparecendo o interesse pelo contraste. Pode ser dividida em:
Desordenada: movimentos amplos e
desordenados. Ainda é um exercício. Não há preocupação com a preservação dos
traços, sendo cobertos com novos rabiscos várias vezes.
Ordenada: movimentos longitudinais e
circulares; coordenação viso-motora. Figura humana de forma imaginária,
exploração do traçado; interesse pelas formas.
Nessa
fase a criança diz o que vai desenhar, mas não existe relação
fixa entre o objeto e sua representação. Por isso ela pode dizer que
uma linha é uma árvore, e antes de terminar o desenho, dizer que é um cachorro
correndo.
Pré-
Esquematismo: fase
pré-operatória, descoberta da relação entre desenho, pensamento e realidade. Os
elementos são dispersos e não relacionados entre si. O uso das cores não
tem relação com a realidade, depende do interesse emocional.
Esquematismo: fase das operações concretas (7
a 10 anos).Esquemas representativos, começa a construir formas diferenciadas
para cada categoria de objeto, por exemplo descobre que pode fazer um pássaro
com a leta "V". Uso da linha de base e descoberta da
relação cor objeto. Já tem um conceito definido quanto a figura humana, porém
aparecem desvios do esquema como: exagero, negligência, omissão ou mudança de
símbolo. Aparecem fenômenos como a transparência e o rebatimento.
Realismo: final das operações concretas .
Consciência maior do sexo e autocrítica pronunciada. No espaço é descoberto o
plano e a superposição. Abandona a linha de base. As formas geométricas
aparecem. Maior rigidez e formalismo. Acentuação das roupas diferenciando os
sexos.
Pseudo
Naturalismo: fase
das operações abstratas (10 anos em diante).É o fim da arte como atividade
expontânea. Inicia a investigação de sua própria personalidade.
Características: realismo, objetividade, profundidade,espaço subjetivo, uso consciente da cor.
Na figura humana as características sexuais são exageradas, presença das articulações e proporções.
Características: realismo, objetividade, profundidade,espaço subjetivo, uso consciente da cor.
Na figura humana as características sexuais são exageradas, presença das articulações e proporções.
VYGOTSKY
Duas condições são investigados pelo autor:
Domínio do ato motor - inicialmente, o desenho é o registro do gesto e logo passa a ser o da imagem. Assim a criança percebe que pode representar graficamente um objeto. Indício de que o desenho é precursor da escrita.
Duas condições são investigados pelo autor:
Domínio do ato motor - inicialmente, o desenho é o registro do gesto e logo passa a ser o da imagem. Assim a criança percebe que pode representar graficamente um objeto. Indício de que o desenho é precursor da escrita.
Relação
com a fala - primeiro o objeto representado só é reconhecido após a ação
gráfica quando a criança fala o que desenhou. Depois ela passa a antecipar o
ato gráfico, verbalizando o que vai fazer. Vygotsky afirma que a linguagem
verbal é a base da linguagem gráfica.
Fases do
desenho segundo Vygostky: texto do professor Ricardo Japiassu,
da Universidade do Estado da Bahia
Outros
autores que tratam da temática Desenho Infantil:
Edith
Derdyk, 1989
Sueli Ferreira, 2001
Viktor Lowenfeld, 1977
Ana Angélica Albano Moreira, 1984
Analice Dutra Pilar, 1996
Herbert Read,1977
Sueli Ferreira, 2001
Viktor Lowenfeld, 1977
Ana Angélica Albano Moreira, 1984
Analice Dutra Pilar, 1996
Herbert Read,1977
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